O macropênis



Semana passada, nós falamos sobre o mito do pênis grande junto às mulheres. Hoje, vamos falar sobre o superpênis. A maioria dos homens sonha em ter um pênis poderoso, grande em tamanho e circunferência. Daqueles que fazem os todos os outros olhá-lo com admiração e respeito nos mictórios da vida. Ter um falo grande é uma das necessidades fantasiosas da sexualidade masculina atual. Não para satisfazer a(o) parceira(o), mas para satisfazer a si mesmo. O ego masculino precisa de um pênis grande para coroar vitórias. Quanto mais poder, maior o pênis exigido. Homens com pênis de 20 a 23 cm estão em posição vantajosa na “escala sexual” perante a maioria com pênis médio natural entre 14 e 16 cm, no Brasil (leia aqui).

Porém, o pênis superlativo – o super pênis –, aqueles maiores, que passam dos 23 cm, nem sempre podem ser considerados ideais. A maioria dos homens que porta pênis desse tamanho tem dificuldades em conseguir parceiras para uma relação completa. A maioria das mulheres sabe que, em uma relação normal com homens dotados de superpênis, podem sair seriamente machucadas. O canal vaginal mede em média 10 cm, com capacidade de adaptação em torno de quatro centímetros no auge da excitação sexual. Mais que isso, o colo do útero pode ser machucado. O homem precisa desenvolver uma técnica que lhe permita manter relações sem machucar a parceira. Isso exige muita paciência e controle. Não raro, é comum relatos de bolhas e machucados e, no dia seguinte, dores que não permitem sentar confortavelmente.

Os homoafetivos, por outro lado, parecem preferir homens com pênis avantajados. Pacientes homossexuais que nos procuram querem, geralmente, aumentar o que seria um tamanho normal por conta da preferência de parceiros. Em torno de 30% dos pacientes que chegam à clínica se dizem homoafetivos e a narrativa é muito semelhante: querem aumentar o pênis para se destacar no meio gay, onde o pênis tem uma relevância muito maior.

No universo homoafetivo, o exibicionismo é constante e a atração corporal muito mais forte. Eles olham e avaliam as nádegas, o peitoral, o pênis. São extremamente exigentes com o parceiro e seu corpo. A competição física e necessidade corporal é mais presente nesse universo que no universo homoafetivo feminino, que é mais fechado, mais íntimo que o avassalador eros masculino. Não que não exista no feminino, apenas o eros é mais romântico enquanto para o homem é caça, é físico, deixando o emocional secundário.

Muitos homens com pênis tamanho extragrande, embora tenham a admiração e inveja de outros homens, relatam também que o pênis traz dificuldades diárias, como o fato de não poder usar sungas ou o próprio peso do membro, que incomoda em determinadas situações. Até a ereção, segundo alguns relatos, fica prejudicada.

Alguns homens com superpênis como o mexicano Roberto Cabrera, 55 anos, que tem um pênis de 48 cm, relatam problemas que vão desde não conseguir trabalho, dificuldade para andar e, claro, a falta de companhia feminina. Já o americano Jonah Falcon, 48, com 34 cm de pênis em ereção, que ficou famoso depois que o volume de sua calça foi confundida com uma arma pela segurança de um aeroporto, diz que tem uma vida sexual normal – se é que é possível. Mas ele gosta de exibir seu genital gigantesco em roupas apertadas.

Em ambos casos, seria preciso fazer uma investigação para saber se não há condições patológicas para o desenvolvimento anormal do pênis. Uma acromegalia localizada, doença causada pelo excesso de hormônio de crescimento, por exemplo. Ou até um linfedema, um acúmulo anormal de linfa nos tecidos, que acomete na maioria das vezes os membros inferiores, causado pela obstrução ou destruição dos vasos linfáticos.

Cirurgias de reconstrução do pênis são indicadas quando o tamanho chega a prejudicar a vida normal da pessoa. É perfeitamente possível reduzir o pênis sem perda das funções urinárias e sexuais.

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